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Ibovespa fecha em queda com exterior e temor fiscal; juros longos sobem apesar do alívio no dólar

A quinta-feira foi marcada por cautela e aversão ao risco no mercado brasileiro, em linha com o movimento global. O Ibovespa recuou 0,28%, aos 142.200 pontos, pressionado pela queda das commodities e pelo temor fiscal doméstico.

O dólar comercial caiu 0,36%, cotado a R$ 5,442, acompanhando o enfraquecimento global da moeda americana, enquanto os juros futuros de longo prazo subiram, refletindo preocupações com as contas públicas.

Mesmo com a leve melhora no câmbio e no ambiente internacional, o clima de incerteza fiscal e as dúvidas sobre o ritmo da economia brasileira mantiveram os investidores em modo defensivo.

 

Cenário Internacional – Temor com bancos e China pesa em Wall Street

Os mercados globais encerraram a quinta-feira em forte aversão ao risco, pressionados por temores com o setor financeiro e pela persistente tensão comercial entre Estados Unidos e China.

Em Nova York, os principais índices recuaram:

  • Dow Jones: -0,65%
  • S&P 500: -0,63%
  • Nasdaq: -0,47%

Os investidores reagiram a denúncias de fraudes em bancos regionais e ao aumento da inadimplência em empréstimos corporativos, o que reacendeu preocupações sobre a saúde do sistema financeiro americano. O índice VIX, conhecido como “termômetro do medo”, disparou 20%, sinalizando maior volatilidade.

Apesar disso, os rendimentos dos Treasuries caíram para os menores níveis desde 2022, com o papel de 10 anos abaixo de 4%, refletindo a busca por segurança e apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve ainda neste mês.

O ouro renovou recorde histórico, superando US$ 4.300 por onça, enquanto o petróleo Brent recuou 1,4%, a US$ 61,90 o barril, pressionado por sinais de avanço nas conversas entre Donald Trump e Vladimir Putin sobre o fim da guerra na Ucrânia.

Na Europa, o tom foi ligeiramente mais positivo, com ações francesas em alta, após o governo sobreviver a um voto de confiança. No câmbio, o dólar se enfraqueceu globalmente, e o índice DXY caiu 0,45%, acompanhando a expectativa de redução adicional nos juros americanos.

 

Cenário Doméstico – Temor fiscal persiste e curva de juros se inclina

No Brasil, o real acompanhou o bom humor do câmbio global, e o dólar à vista recuou 0,35%, a R$ 5,44.

O Ibovespa, porém, foi pressionado pela baixa das commodities e pelo temor fiscal, refletido na inclinação da curva de juros.

O IBC-Br de agosto (prévia do PIB) subiu 0,4%, abaixo da expectativa de 0,7%, indicando desaceleração da atividade econômica. A leitura reforçou a visão de um crescimento mais moderado no segundo semestre.

O temor fiscal voltou ao centro das atenções: sem solução definitiva para o rombo deixado pela MP 1.303, o mercado monitora a expectativa de julgamento no STF sobre a desoneração da folha, que pode agravar o quadro fiscal caso seja revertida.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de reuniões em Brasília sobre alternativas de arrecadação, enquanto o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, está em Washington, em encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI).

No campo político, o presidente Lula manteve reuniões no Palácio da Alvorada, buscando alinhar a base para discutir ajustes orçamentários.

 

Bolsa – Vale e Petrobras puxam o índice para baixo

O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,28%, aos 142.200 pontos. No mês de outubro, acumula -2,76%, mas segue com alta de 18,22% no ano.

Os papéis de maior peso lideraram as perdas:

  • Vale (VALE3): -0,92%, acompanhando o recuo do minério de ferro na China;
  • Petrobras (PETR4): -1,01%, com a queda do petróleo internacional.

No lado positivo, Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) subiram, sustentando parte do índice. A Eletrobras (ELET3) avançou 0,45%, após confirmar a venda de participação na Eletronuclear, movimento visto como positivo pelo mercado.

 

Juros – Longo prazo volta a subir com incerteza fiscal

Os juros futuros (DIs) fecharam o dia mistos, com altas nos vencimentos mais longos, que refletem as preocupações com o quadro fiscal. O DI1F35 subiu 0,075 ponto percentual, mostrando que o mercado exige prêmio maior para o risco de longo prazo.

A inclinação da curva ocorreu apesar da queda dos Treasuries no exterior, refletindo movimento doméstico de precaução diante da oferta maior de títulos prefixados no leilão do Tesouro Nacional.

Para investidores institucionais, como os RPPS, a alta nas taxas longas impacta negativamente o valor de mercado dos títulos atrelados à inflação (NTN-Bs).

 

E Agora? – Olhar volta-se à inflação e produção industrial

O último pregão da semana será pautado por dados de inflação e atividade.
No Brasil, destaque para o IGP-10 de outubro, que ajudará a medir a pressão de preços no atacado.
Nos Estados Unidos, saem os dados de Produção Industrial de setembro e Estoques das Empresas, que podem ajustar as expectativas sobre o ritmo da economia americana.

Também está no radar o encontro entre os chanceleres de Brasil e EUA, realizado ontem, que pode sinalizar avanços diplomáticos e comerciais.

 

Agenda do Dia – Sexta-feira (17/10)

  • 07h00: Reuniões do FMI
  • 08h00: IGP-10 (Out) – Brasil
  • 10h15: Produção Industrial (Set) – EUA
  • 11h00: Estoques das Empresas (Ago) – EUA
  • 17h00: Fluxo Líquido de Capital (Ago) – EUA

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