A quinta-feira foi de otimismo e alívio nos mercados globais e locais, com destaque para a confirmação de um encontro entre os presidentes dos EUA e da China, o que acalmou as tensões comerciais e impulsionou o apetite por risco.
O Ibovespa subiu 0,59%, aos 145.720 pontos, chegando a tocar os 146 mil durante o pregão — maior nível em quase um mês. O dólar recuou 0,20%, cotado a R$ 5,386, enquanto os juros futuros (DIs) caíram em toda a curva, refletindo expectativas de inflação controlada e manutenção da Selic.
A melhora do humor global, a disparada do petróleo e a valorização das commodities foram determinantes para o bom desempenho dos ativos brasileiros, com Petrobras e Vale sustentando os ganhos.
Cenário Internacional – Alívio global com encontro entre Trump e Xi; petróleo dispara
Os mercados internacionais encerraram o dia em tom positivo após a confirmação de que Donald Trump e Xi Jinping se reunirão na próxima quinta-feira (30/10), em um encontro considerado crucial para destravar as negociações comerciais entre EUA e China.
Em Nova York, os principais índices fecharam em alta:
- Dow Jones: +0,31%
- S&P 500: +0,58%
- Nasdaq: +0,89%
O petróleo Brent subiu mais de 5%, impulsionado pelas novas sanções dos EUA e da União Europeia contra o setor energético da Rússia, o que reacendeu preocupações sobre a oferta global. Já o ouro avançou quase 2%, refletindo a busca por proteção em meio à volatilidade geopolítica.
Nos Estados Unidos, o foco dos investidores se volta agora para a divulgação do CPI (inflação ao consumidor) de setembro, que deve registrar alta de 0,4% no mês e 3,1% em 12 meses. O resultado será decisivo para definir as apostas sobre o próximo movimento do Federal Reserve, com parte do mercado já precificando um corte de juros na próxima semana.
Na Europa, os PMIs vieram estáveis, indicando atividade ainda positiva, enquanto o varejo do Reino Unido superou expectativas. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta — destaque para a Coreia do Sul (Kospi +2,5%) e o Japão, onde o PMI composto recuou para 50,9 pontos, mas segue em terreno de expansão.
Cenário Doméstico – Petrobras e Casas Bahia se destacam; foco no IPCA-15
No Brasil, o Ibovespa avançou 0,59%, aos 145.720 pontos, acumulando queda de 0,35% no mês e alta de 21,15% no ano.
A Petrobras (PETR4) liderou os ganhos do dia, com alta de 1,14%, acompanhando o salto de mais de 5% no preço do petróleo.
Entre as maiores altas, o destaque foi Casas Bahia (BHIA3), que disparou 11,75% após o anúncio de um acordo estratégico com o Mercado Livre — movimento que pressionou a concorrente Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 5,64%.
A Vale (VALE3) recuou 0,19%, devolvendo parte dos ganhos da véspera, enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) tiveram altas moderadas.
Na agenda macro, o foco de hoje é o IPCA-15 de outubro, que deve mostrar desaceleração para 0,24%, ante 0,48% em setembro. O dado reforçará a percepção de inflação sob controle e de que o Banco Central pode manter a Selic em 15% ao ano na reunião de novembro.
O câmbio seguiu o movimento global de valorização das moedas emergentes, com o dólar caindo para R$ 5,38. O Banco Central anunciou uma operação cambial especial (“casadão”) para a próxima segunda-feira, com o objetivo de reduzir distorções e equilibrar o mercado de câmbio.
No campo político, o governo segue discutindo ajustes fiscais e medidas para compensar perdas de arrecadação. Já o presidente Lula e Donald Trump devem se encontrar no domingo (26/10), durante a cúpula da ASEAN, na Malásia, em meio ao clima de reconciliação entre as duas potências.
Juros – DIs recuam em toda a curva com inflação controlada
Os juros futuros caíram novamente em toda a curva, acompanhando o alívio nos prêmios de risco e a expectativa de desaceleração da inflação.
O DI1F35 recuou 0,010 ponto percentual, sinalizando confiança na estabilidade monetária.
Para os RPPS, a queda nos DIs de longo prazo é positiva, pois aumenta o valor de mercado dos títulos públicos e privados de longo prazo, melhorando o desempenho das carteiras de renda fixa indexada à inflação.
Desempenho dos principais índices de renda fixa:
- IMA-B 5+: +0,3921%
- IMA-B: +0,2864%
- IMA-B 5: +0,1522%
- IRF-M: +0,0759%
- IRF-M 1: +0,0558%
Câmbio – Dólar recua e fecha a R$ 5,386
O dólar comercial caiu 0,20%, a R$ 5,386, revertendo as duas altas anteriores.
A moeda americana foi pressionada pela melhora no apetite por risco global, com investidores voltando a buscar ativos emergentes e commodities, em meio à perspectiva de diálogo entre EUA e China.
A valorização do real ajuda a conter a inflação importada e reduz o custo de hedge para as empresas.
E Agora? – “Dia D” da inflação e PMIs em foco
A sexta-feira será um dia decisivo para o mercado global, com a divulgação dos principais dados de inflação e atividade:
no Brasil, o IPCA-15 de outubro, e nos Estados Unidos, o CPI (setembro).
Além disso, os PMIs de indústria e serviços em vários países trarão novos sinais sobre o ritmo da economia mundial.
A depender dos resultados, os mercados podem consolidar a tendência positiva desta semana — ou realizar lucros antes do fim do mês.
Agenda do Dia – Sexta-feira (24/10)
- 09h00: IPCA-15 (Out) – Brasil
- 09h30: CPI (Set) – EUA
- 10h45: PMI Industrial S&P Global (Out) – EUA
- 11h00: Confiança do Consumidor Michigan (Out) – EUA
- 14h00: Contagem de Sondas Baker Hughes – EUA
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