O mercado de capitais encerrou a semana em clima de otimismo, sustentado por dados de inflação mais favoráveis tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O Ibovespa subiu 0,31% na sexta-feira, aos 146.172 pontos, completando a segunda semana consecutiva de ganhos, com alta acumulada de 1,93%.
O dólar teve leve alta diária de 0,11%, a R$ 5,392, mas encerrou a semana em queda de 0,25%. Os juros futuros (DIs) voltaram a cair em toda a curva, acompanhando o alívio nas expectativas inflacionárias, enquanto as bolsas americanas também fecharam em alta expressiva.
O arrefecimento da inflação, confirmado pelo IPCA-15 no Brasil e pelo CPI nos EUA, reforça o entendimento de que o pior momento do ciclo de aperto monetário global já passou, abrindo espaço para cortes adicionais nas taxas de juros — tanto pelo Federal Reserve quanto, em 2026, pelo Banco Central brasileiro.
Cenário Internacional – Alívio global com inflação mais fraca e expectativa de cortes de juros
Os mercados internacionais fecharam a semana em tom positivo, impulsionados pela surpresa positiva dos dados de inflação americana e pela expectativa de flexibilização monetária.
O CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA veio abaixo do esperado, reforçando a percepção de que o Fed encerrará seu ciclo de alta e poderá realizar dois cortes até março de 2026.
Em Nova York, os índices registraram ganhos robustos:
- Dow Jones: +1,01% no dia | +2,20% na semana
- S&P 500: +0,79% no dia | +1,90% na semana
- Nasdaq: +1,15% no dia | +2,31% na semana
Na Europa, os mercados operaram de forma mista, à espera das decisões de política monetária do Banco Central Europeu e do Banco do Japão, previstas para quinta-feira. Já na Ásia, as bolsas tiveram alta generalizada, com destaque para o Nikkei japonês, que ultrapassou pela primeira vez a marca dos 50 mil pontos.
O otimismo também foi alimentado pela expectativa de um acordo comercial entre EUA e China, após declarações conciliatórias de Donald Trump, que afirmou estar confiante em fechar um pacto “abrangente” com Xi Jinping durante a cúpula da Apec, na Coreia do Sul.
Cenário Doméstico – Inflação mais fraca sustenta o Ibovespa; Lula e Trump sinalizam trégua comercial
No Brasil, o Ibovespa fechou em alta de 0,31%, aos 146.172 pontos, acumulando queda marginal de 0,04% no mês e alta de 21,52% no ano.
O principal fator de suporte foi o IPCA-15 de outubro, que veio abaixo do esperado, sinalizando desaceleração da inflação e reduzindo a necessidade de manutenção de juros elevados por muito tempo.
Entre os destaques do pregão:
- Copasa (CSMG3): +3,30%, com avanço nas discussões sobre privatização;
- Bradesco (BBDC4): +0,56%, mantendo bom desempenho no setor financeiro;
- Petrobras (PETR4): -1,16%, acompanhando leve baixa no petróleo internacional.
O mercado também repercutiu positivamente o encontro entre Lula e Donald Trump, realizado no domingo, na Malásia, à margem da cúpula da ASEAN.
A conversa, descrita como “surpreendentemente boa”, tratou da revisão das tarifas americanas sobre produtos brasileiros e sinalizou reaproximação diplomática entre os países.
O ETF brasileiro EWZ, negociado em Nova York, chegou a subir 1,5% no pré-mercado na esteira dessa notícia.
Na política interna, o governo deve concentrar esforços nesta semana na tramitação da PEC da reforma administrativa e na votação de medidas contra devedores contumazes, enquanto busca alternativas fiscais para compensar perdas de arrecadação.
Juros – DIs caem com alívio inflacionário no Brasil e nos EUA
Os juros futuros caíram pelo terceiro dia consecutivo, com recuo consistente em toda a curva. O DI1F35 (longo prazo) caiu 0,10 ponto percentual, refletindo a leitura de que as pressões inflacionárias estão cedendo tanto aqui quanto no exterior.
Para os RPPS e investidores institucionais, o movimento é positivo, pois a valorização dos títulos públicos e privados de longo prazo melhora o desempenho das carteiras de renda fixa, especialmente as atreladas à inflação (IMA-B) e as prefixadas (IRF-M).
Desempenho dos principais índices de Renda Fixa:
- IMA-B 5+: +0,5978%
- IMA-B: +0,4195%
- IMA-B 5: +0,1927%
- IRF-M: +0,2290%
- IRF-M 1: +0,0649%
Câmbio – Dólar fecha em leve alta, mas cai na semana
O dólar comercial encerrou a sexta-feira em leve alta de 0,11%, a R$ 5,392, mas acumulou queda semanal de 0,25%.
A moeda americana manteve-se estável diante da melhora do fluxo cambial e da entrada de capital estrangeiro no país, sustentada pelo ambiente de risco favorável e pela atração dos ativos brasileiros.
O Banco Central realizará hoje leilão combinado de até US$ 1 bilhão à vista, junto com 20 mil contratos de swap cambial reverso, buscando reduzir o cupom cambial e equilibrar o mercado de câmbio.
E Agora? – Semana começa com Focus, confiança e balanços
A segunda-feira marca o início de uma semana movimentada, com foco em dados econômicos e balanços corporativos.
O destaque será a divulgação do Boletim Focus, que deve atualizar as projeções de inflação e Selic, refletindo o alívio do IPCA-15.
Na sequência, saem os números de Confiança do Consumidor (FGV) e, nos EUA, os Pedidos de Bens Duráveis e as Vendas de Casas Novas.
A agenda internacional também segue atenta às reuniões de política monetária do BCE e do BoJ e à expectativa do acordo comercial entre EUA e China, que poderá definir o tom dos mercados nesta reta final de outubro.
Agenda do Dia – Segunda-feira (27/10)
- 08h00: Confiança do Consumidor (Out) – FGV | Brasil
- 08h25: Boletim Focus – Brasil
- 09h30: Pedidos de Bens Duráveis (Set) – EUA
- 11h00: Venda de Casas Novas (Set) – EUA
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