O mercado brasileiro encerrou a semana com um feito inédito em mais de três décadas. O Ibovespa subiu 0,47% na sexta-feira, aos 154.063 pontos, completando 13 pregões consecutivos de alta — a melhor sequência desde 1994 — e atingindo novo recorde histórico.
O dólar caiu 0,22%, para R$ 5,336, acumulando três sessões de queda, enquanto os juros futuros (DIs) recuaram nos prazos longos. Lá fora, as bolsas de Nova York fecharam mistas, encerrando a semana no vermelho.
A euforia local foi impulsionada por balanços corporativos robustos, com destaque para a Petrobras, e por dados de deflação no Brasil, contrastando com a cautela global diante do shutdown histórico do governo americano e das preocupações com o setor de tecnologia.
Cenário Internacional – Wall Street mista, mas com sinais de alívio político
Os mercados globais encerraram a semana com leve melhora no sentimento, após sinais de avanço político nos EUA.
Democratas e republicanos indicaram progresso nas negociações para encerrar o shutdown, que já dura 38 dias, reduzindo parte da aversão ao risco.
Mesmo assim, a semana foi negativa em Wall Street, com pressão sobre as big techs e cautela em torno do setor de Inteligência Artificial.
Na sexta-feira, os principais índices encerraram o dia em alta moderada:
- Dow Jones: +0,16%
- S&P 500: +0,13%
- Nasdaq: -0,22%
O índice de sentimento do consumidor de Michigan mostrou piora na confiança das famílias e alta das expectativas de inflação de curto prazo, reforçando as apostas de novo corte de juros pelo Fed em dezembro.
Nos mercados de commodities, o petróleo Brent subiu 0,4%, para US$ 63,63, enquanto o ouro teve leve alta com o dólar global (DXY) recuando 0,13%.
No campo geopolítico, o presidente Donald Trump afirmou que planeja se reunir com Vladimir Putin, mas declarou que a Rússia “não quer parar a guerra” na Ucrânia, elevando momentaneamente a tensão no mercado de energia.
Cenário Doméstico – Petrobras impulsiona recorde e confirma dividendos bilionários
O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,47%, aos 154.063 pontos, acumulando +3,02% em novembro e +28,08% no ano.
A sequência histórica de 13 altas foi garantida pelo forte desempenho de Petrobras (PETR4), que subiu 3,77% após apresentar lucro acima do esperado no 3T25 e anunciar R$ 12 bilhões em dividendos.
Destaques do dia:
- Petrobras (PETR4): +3,77% e protagonista absoluta do rali.
- Vale (VALE3): -1,10%, em realização de lucros.
- Marfrig (MRFG3): +5,86%, com a reabertura do mercado chinês para o frango brasileiro.
- Lojas Renner (LREN3): -4,19%, com balanço sinalizando desaceleração nas vendas.
A deflação do IGP-DI de outubro e a queda do índice de preços ao produtor reforçaram a percepção de descompressão inflacionária, fortalecendo o otimismo dos investidores e o fluxo estrangeiro para ativos brasileiros.
Ibovespa no mês: +3,02%
Ibovespa no ano: +28,08%
Juros – Longo recua com deflação; curva mais leve
Os juros futuros fecharam mistos, com quedas nos vértices longos.
O DI1F35 avançou marginalmente 0,005 pp, mas os vencimentos intermediários, como DI1F29 e DI1F31, recuaram, refletindo a melhora de humor após a deflação e o Copom ter mantido a Selic em 15%, sinalizando estabilidade até 2026.
Índices de Renda Fixa (dia):
- IMA-B 5+: +0,2199%
- IMA-B: +0,1866%
- IMA-B 5: +0,1442%
- IRF-M: +0,0873%
- IRF-M 1: +0,0531%
Para os RPPS, a queda dos DIs longos favorece a marcação a mercado dos títulos indexados à inflação, elevando a rentabilidade dos portfólios.
Câmbio – Dólar em baixa pelo 3º dia seguido
O dólar comercial fechou em queda de 0,22%, cotado a R$ 5,336, acumulando recuo semanal de 0,83%.
O real se beneficiou da entrada de capital estrangeiro, atraído pelo desempenho da Bolsa e pelos dividendos da Petrobras, além da queda do dólar global e do diferencial de juros favorável ao Brasil.
E Agora? – Focus, shutdown e temporada de balanços no radar
A semana começa com a divulgação do Boletim Focus, que trará as novas projeções para PIB, inflação e Selic.
Lá fora, os investidores acompanham as negociações para encerrar o shutdown americano, além dos discursos de membros do Fed, que poderão indicar o tom da próxima reunião.
O foco corporativo permanece nos balanços de grandes companhias, incluindo o aguardado resultado da Nvidia.
Agenda do Dia – Segunda-feira (10/11)
- 08h25: Boletim Focus – Brasil
- 10h30: Discurso de Mary Daly (FOMC) – EUA
- 14h00: Relatório WASDE – EUA
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