O Ibovespa segue em uma escalada histórica, desafiando todos os recordes. Nesta terça-feira, o índice subiu 1,60%, fechando aos 157.748 pontos, e completou 15 sessões consecutivas de alta, sequência inédita desde 1994. É a primeira vez que o principal índice da Bolsa brasileira encerra acima dos 157 mil pontos.
O dólar recuou 0,64%, cotado a R$ 5,273, na quinta baixa seguida, e os juros futuros (DIs) caíram de forma consistente em toda a curva.
O rali do mercado local foi alimentado por dois fatores decisivos: o IPCA de outubro, que veio mais brando do que o esperado, e a Ata do Copom, considerada mais suave, reforçando as apostas de que o Banco Central poderá iniciar um ciclo de cortes de juros já no início de 2026.
Cenário Internacional – Fim do shutdown nos EUA e aposta em corte de juros pelo Fed
Os mercados internacionais encerraram o dia com um tom positivo, apoiados pela perspectiva de corte de juros nos EUA e pela resolução do shutdown, a paralisação parcial do governo americano que durou 42 dias.
O Senado dos EUA aprovou um acordo bipartidário, encaminhado à Câmara, que deve pôr fim ao impasse fiscal e restabelecer as operações federais.
Os índices de Nova York fecharam mistos, refletindo esse cenário:
- Dow Jones: +1,18%
- S&P 500: +0,21%
- Nasdaq: -0,25%
A leve queda do Nasdaq veio da cautela com o setor de tecnologia, pressionado por preocupações sobre avaliações excessivas de empresas ligadas à Inteligência Artificial.
Enquanto isso, dados mais fracos do mercado de trabalho americano aumentaram a probabilidade de um corte de 0,50 pp na taxa básica já em dezembro.
O dólar global (DXY) caiu para 99 pontos, acumulando perdas de mais de 8% no ano. O petróleo WTI avançou mais de 1%, negociado próximo a US$ 61 o barril, com relatos de ataques a refinarias russas e expectativas de estabilidade nas exportações da OPEP.
Cenário Doméstico – IPCA benigno e Copom “dovish” impulsionam rali
No Brasil, a terça-feira consolidou o clima de otimismo. O Ibovespa subiu 1,60%, aos 157.748 pontos, acumulando alta de 5,49% em novembro e 31,15% no ano.
O movimento foi sustentado por dados econômicos positivos e pela leitura favorável da política monetária.
A Ata do Copom foi considerada menos dura, sugerindo espaço para flexibilização já no início de 2026, enquanto o IPCA de outubro (0,09%) marcou a menor inflação para o mês desde 1998, reforçando o cenário de desinflação e melhora das expectativas.
Destaques do dia:
- Braskem (BRKM5): +18,04%, com rumores de venda da participação da Novonor à IG4 e acordo de R$ 1,2 bilhão com o estado de Alagoas.
- Movida (MOVI3): +15,93%, após balanço trimestral surpreendente.
- Petrobras (PETR4): +2,60%, acompanhando a alta do petróleo internacional.
- Banco do Brasil (BBAS3): +3,03%, impulsionando o setor financeiro.
- Natura (NATU3): -15,65%, após resultados abaixo das expectativas.
Ibovespa no mês: +5,49%
Ibovespa no ano: +31,15%
Juros – Curva cai com IPCA abaixo do esperado e Copom mais suave
Os juros futuros recuaram em toda a curva, refletindo o alívio com a inflação controlada e a sinalização de um BC menos restritivo.
O DI1F35 caiu 0,05 pp, e contratos intermediários recuaram com força, levando o DI jan/29 a operar abaixo de 13% pela primeira vez desde 2024.
Índices de Renda Fixa (dia):
- IMA-B 5+: +0,6523%
- IMA-B: +0,4895%
- IMA-B 5: +0,2816%
- IRF-M: +0,2931%
- IRF-M 1: +0,0913%
Para investidores institucionais (RPPS), a queda dos DIs representa valorização expressiva na marcação a mercado dos títulos longos, especialmente os indexados à inflação.
Câmbio – Dólar recua pela 5ª sessão e atinge o menor nível desde junho
O dólar comercial caiu 0,64%, cotado a R$ 5,27, acumulando cinco quedas consecutivas.
O movimento reflete o forte fluxo estrangeiro para a Bolsa, o alívio inflacionário e o cenário global de dólar enfraquecido.
O carry trade — estratégia que combina juros elevados no Brasil com expectativa de cortes nos EUA — segue atraindo recursos externos e fortalecendo o real.
E Agora? – Mercado volta o foco para o exterior e setor de serviços
Com a Ata do Copom e o IPCA já precificados, o foco desta quarta-feira se volta ao exterior, especialmente para a votação final do acordo do shutdown na Câmara dos Representantes dos EUA.
No Brasil, o destaque da agenda será o indicador de crescimento do setor de serviços (9h), que deve confirmar a resiliência da economia no terceiro trimestre.
Agenda do Dia – Quarta-feira (12/11)
- 09h00: Crescimento do Setor de Serviços (Set) – Brasil
- 09h05: Discurso de Pill (BoE) – Reino Unido
- 11h20: Discurso de Williams (FOMC) – EUA
- 12h20: Discurso de Waller (Fed) – EUA
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