Após a sequência histórica de 15 altas consecutivas, o mercado brasileiro teve sua segunda queda seguida nesta quinta-feira. O Ibovespa recuou 0,30%, encerrando o pregão aos 157.162 pontos, em um dia de forte correção global no setor de tecnologia.
O dólar subiu 0,10%, cotado a R$ 5,298, e os juros futuros (DIs) avançaram em toda a curva, refletindo um movimento de cautela e realização de lucros após a expressiva valorização recente.
O desempenho negativo da Bolsa foi amplificado pela forte queda da Hapvida, enquanto Petrobras e Vale ajudaram a limitar as perdas. No exterior, a aversão a risco tomou conta de Wall Street, com uma realização intensa em big techs após semanas de alta.
O mercado local volta as atenções hoje para o IGP-10 de novembro, que deve trazer um termômetro antecipado da inflação ao produtor no mês.
Cenário Internacional – Realização em tecnologia e dúvidas sobre o Fed pesam em Wall Street
Os principais índices em Nova York fecharam com quedas amplas, refletindo um movimento de realização de lucros no setor de tecnologia, especialmente em empresas ligadas à Inteligência Artificial.
Apesar do alívio trazido pelo fim do shutdown após 43 dias, a cautela dominou o mercado diante das dúvidas sobre a política monetária americana e da ausência prolongada de dados oficiais durante o período de paralisação.
Desempenho dos índices:
- Dow Jones: -1,65%
- S&P 500: -1,66%
- Nasdaq: -2,29%
As declarações de dirigentes do Federal Reserve reforçaram a possibilidade de manutenção da taxa de juros em dezembro, revertendo parte das apostas de corte e provocando uma alta nos rendimentos dos Treasuries, com o título de 10 anos voltando a 4,12% ao ano.
O dólar global (DXY) teve leve fraqueza frente às principais moedas, mas o ambiente permaneceu volátil. O petróleo Brent se recuperou parcialmente, sustentado pelo dólar mais fraco, enquanto o ouro caiu em resposta à alta das taxas de juros nos EUA.
Cenário Doméstico – Hapvida derrete, mas commodities e B3 seguram o índice
O Ibovespa caiu 0,30%, aos 157.162 pontos, acumulando alta de 5,10% em novembro e 30,66% no ano.
A queda foi marcada por eventos corporativos pontuais e pelo reflexo do ambiente externo mais cauteloso.
Destaques do dia:
- Hapvida (HAPV3): -42,21%, após balanço muito abaixo do esperado e sinalização de desafios operacionais no 3T25.
- Banco do Brasil (BBAS3): -1,32%, em correção antes da divulgação do resultado, que levantou preocupações com o crédito ao agronegócio.
- Petrobras (PETR4): +0,43%, acompanhando a alta do petróleo internacional.
- Vale (VALE3): -0,14%, com estabilidade mesmo em dia negativo para commodities metálicas.
- B3 (B3SA3): +4,36%, com lucro trimestral acima das expectativas.
O ambiente externo mais negativo contaminou o humor local, e o real se desvalorizou levemente, refletindo preocupações fiscais e expectativas de maior remessa de capital ao exterior no fim do ano.
Mesmo assim, o consenso entre analistas segue apontando para início do ciclo de cortes da Selic entre janeiro e março de 2026.
Ibovespa no mês: +5,10%
Ibovespa no ano: +30,66%
Juros – Curva volta a subir com cautela e ajuste técnico
Os juros futuros (DIs) subiram em toda a curva, com o DI1F35 avançando 0,055 ponto percentual.
O movimento reflete a realização de lucros após a sequência de quedas recentes e o aumento da aversão a risco global.
Além disso, o leilão de prefixados do Tesouro Nacional, de grande volume, adicionou pressão nas taxas longas.
Índices de Renda Fixa (dia):
- IMA-B 5+: -0,1495%
- IMA-B: -0,1187%
- IMA-B 5: -0,0789%
- IRF-M: +0,0326%
- IRF-M 1: +0,0550%
A elevação das taxas reduz momentaneamente o ganho de marcação a mercado dos títulos longos, mas o cenário estrutural segue de queda gradual da Selic em 2026, favorecendo estratégias de renda fixa indexada à inflação no médio prazo.
Câmbio – Dólar sobe levemente após cinco quedas seguidas
O dólar comercial fechou em alta de 0,10%, cotado a R$ 5,298, encerrando a sequência de fortes quedas.
A valorização moderada reflete a cautela dos investidores e o ajuste técnico após a expressiva entrada de capital estrangeiro nas últimas semanas.
E Agora? – IGP-10 e tecnologia global no radar
A sexta-feira será marcada pela divulgação do IGP-10 de novembro, que deve oferecer uma prévia sobre o comportamento da inflação ao produtor no mês.
No exterior, a atenção permanece voltada para o setor de tecnologia, especialmente após três dias consecutivos de queda no Nasdaq, e para novos sinais do Federal Reserve sobre o rumo da política monetária.
Agenda do Dia – Sexta-feira (14/11)
- 08h00: IGP-10 (Nov) – Brasil
- 08h40: Balança Comercial (Out) – Índia
- 09h30: Pedidos Contínuos de Seguro-Desemprego – EUA
- 11h20: Discurso de Bostic (FOMC) – EUA
- 14h00: GDPNow (Q4) – Fed de Atlanta – EUA
- 16h30: Discurso de Logan (Fed) – EUA
Acompanhe o Morning News e os canais oficiais da R3 Investimentos para se manter atualizado sobre os principais movimentos do mercado.