O mercado financeiro manteve o forte ímpeto de alta nesta terça-feira, embalado por recordes e expectativas positivas, ainda que sob o clima de cautela que antecede a decisão do Federal Reserve (Fed).
O Ibovespa subiu 0,31%, aos 147.428 pontos, fechando acima de 147 mil pela primeira vez na história. O dólar recuou 0,19%, cotado a R$ 5,36, e as bolsas americanas ampliaram seus recordes da véspera.
Os juros futuros (DIs) subiram na maioria dos vencimentos, refletindo a postura defensiva dos investidores antes da chamada Super Quarta, que deve confirmar novo corte de 25 pontos-base nos juros americanos.
O otimismo segue sustentado por balanços corporativos sólidos, resultados expressivos de empresas brasileiras, e a expectativa de trégua comercial entre EUA e China, com o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping agendado para quinta-feira (30).
Cenário Internacional – Wall Street sobe antes do Fed e das Big Techs
Os principais índices em Nova York estenderam os ganhos pelo quarto pregão consecutivo, com destaque para o avanço das Big Techs.
- Dow Jones: +0,34%
- S&P 500: +0,23%
- Nasdaq: +0,80%
O S&P 500 fechou próximo de 6.900 pontos, reforçando o clima de euforia global antes da decisão do Fed, que deve anunciar um novo corte de juros nesta quarta-feira.
A Nvidia puxou o setor de tecnologia ao se aproximar de US$ 5 trilhões em valor de mercado, enquanto investidores aguardam os balanços de Microsoft, Alphabet e Meta.
Na Ásia, as bolsas subiram com o otimismo em torno da viagem de Trump e da reunião com Xi Jinping, que deve ocorrer amanhã na Coreia do Sul. Trump afirmou ter uma “relação muito boa” com o líder chinês e sinalizou redução de tarifas em troca de cooperação no combate ao tráfico de fentanil.
Na Europa, os índices abriram sem direção definida, com destaques positivos para Mercedes-Benz, Santander e Deutsche Bank, que divulgaram resultados acima do esperado.
Nos mercados globais, o petróleo Brent operou próximo da estabilidade (US$ 64 o barril), os rendimentos dos Treasuries ficaram estáveis e o dólar se manteve próximo à neutralidade, após quatro sessões consecutivas de queda.
Cenário Doméstico – Ibovespa renova recorde com Vale e Marfrig; Lula acompanha crise no Rio
No Brasil, o Ibovespa atingiu novo recorde histórico, fechando em 147.428 pontos (+0,31%), acumulando alta de 0,82% no mês e 22,57% no ano.
A alta foi impulsionada por papéis de commodities e frigoríficos, enquanto o setor bancário apresentou desempenho misto.
Destaques do dia:
- Marfrig (MRFG3): +15,63%, com continuidade da euforia em torno da Sadia Halal e do plano de IPO na Arábia Saudita.
- Vale (VALE3): +0,88%, com o minério de ferro em alta pelo terceiro dia seguido.
- Banco do Brasil (BBAS3): +0,53%, e Itaú (ITUB4): +0,34%, reforçando o bom momento do setor financeiro.
- Petrobras (PETR4): -0,03%, acompanhando a leve queda do petróleo internacional.
No campo político, o destaque foi a crise de segurança no Rio de Janeiro, após uma operação policial com 64 mortes, que mobilizou o governo federal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne hoje com Rui Costa e Ricardo Lewandowski para discutir medidas emergenciais.
No Congresso, a PEC da Segurança Pública ganhou prioridade e deve ser votada ainda este ano.
Juros – DIs sobem em cautela pré-Fed
Os juros futuros (DIs) encerraram em alta na maior parte da curva, refletindo realização de lucros e cautela antes da decisão do Fed.
O DI1F35 subiu 0,070 ponto percentual, enquanto os vencimentos curtos caíram levemente.
O movimento reflete o ajuste técnico após sucessivas quedas e a preocupação com o cenário fiscal doméstico, sobretudo o projeto de isenção do IR em tramitação no Senado.
Desempenho dos principais índices de Renda Fixa:
- IMA-B 5+: -0,2764%
- IMA-B: -0,1512%
- IMA-B 5: +0,0086%
- IRF-M: -0,0664%
- IRF-M 1: +0,0504%
Para os RPPS, o aumento dos DIs de longo prazo pressiona a marcação a mercado dos títulos de Renda Fixa, principalmente os atrelados à inflação (IMA-B) e prefixados (IRF-M).
Câmbio – Dólar recua pela segunda sessão seguida
O dólar comercial fechou com queda de 0,19%, cotado a R$ 5,36, acompanhando o enfraquecimento global da moeda americana (DXY -0,09%).
O fluxo positivo de capitais para o Brasil e o apetite por risco sustentado pelos recordes em bolsa contribuíram para o movimento.
O Banco Central segue monitorando a liquidez cambial e pode atuar novamente no mercado à vista para suavizar oscilações.
E Agora? – Super Quarta define o rumo dos mercados
A Super Quarta-feira promete forte volatilidade:
- 15h00 (Brasília): Decisão do Federal Reserve e publicação da Declaração do FOMC.
- 16h30: Coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed.
- Balanços: Microsoft, Alphabet e Meta divulgarão resultados, que devem definir o tom de Wall Street.
O mercado aposta em novo corte de juros nos EUA, o segundo deste ciclo, reforçando o cenário de afrouxamento monetário global.
No Brasil, a agenda é mais leve, mas o foco continua no fluxo cambial, atividade do setor externo e na reação dos ativos locais ao Fed.
Agenda do Dia – Quarta-feira (29/10)
- 09h30: Balança Comercial de Bens (Set) – EUA
- 12h30: GDPNow do Fed de Atlanta (3º tri) – EUA
- 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro – Brasil
- 15h00: Decisão do FOMC / Taxa-alvo de Fundos Fed – EUA
- 16h30: Coletiva de Jerome Powell – EUA
- 16h30: Discurso de Christine Lagarde (BCE) – Europa
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