O mercado brasileiro encerrou a quinta-feira com mais um marco histórico. O Ibovespa subiu 0,10%, aos 148.780 pontos, atingindo novo recorde de fechamento e emplacando a sétima alta consecutiva.
Apesar do desempenho positivo no Brasil, o clima externo voltou a esfriar o otimismo, com queda nas bolsas americanas, alta do dólar e avanço dos juros futuros.
O dólar subiu 0,42%, cotado a R$ 5,38, revertendo três dias de queda. Os juros futuros (DIs) avançaram pela terceira sessão consecutiva, pressionados pelo cenário fiscal doméstico e pela postura mais conservadora do Federal Reserve (Fed).
Mesmo com a euforia local, o exterior adotou cautela após os balanços das Big Techs e as declarações de Jerome Powell, que sinalizou pausa nos cortes de juros em dezembro.
Cenário Internacional – Wall Street recua com Big Techs e cautela do Fed
Os principais índices de Nova York fecharam em baixa, refletindo o ajuste pós-Fed e a decepção com os balanços das gigantes de tecnologia.
- Dow Jones: -0,23%
- S&P 500: -0,99%
- Nasdaq: -1,58%
As quedas foram puxadas por Meta e Microsoft, que indicaram aumento nos investimentos em Inteligência Artificial, reduzindo margens no curto prazo.
Além disso, o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, embora tenha resultado em um comunicado sobre um acordo iminente, foi recebido com ceticismo — investidores esperam bases mais sólidas para uma trégua comercial duradoura.
Nos títulos do Tesouro americano, os rendimentos voltaram a subir, com a taxa de 10 anos em 4,09% ao ano, refletindo o tom mais hawkish de Powell.
O dólar global (DXY) avançou 0,3%, impulsionado pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Japão (BoJ) de manter as taxas inalteradas, reforçando o diferencial de juros dos EUA.
O ouro permaneceu acima de US$ 4.000 por onça, sustentado pela busca por proteção em meio às tensões geopolíticas
Cenário Doméstico – Ambev e Vale sobem; Bradesco decepciona e juros reagem
No Brasil, o Ibovespa manteve o embalo e cravou o sétimo pregão de alta consecutivo, atingindo o maior nível histórico, aos 148.780 pontos (+0,10%).
O índice acumula alta de 1,74% em outubro e 23,69% no ano.
Os destaques corporativos do dia vieram da temporada de balanços:
- Ambev (ABEV3): +4,66%, com resultados acima das expectativas, impulsionados por crescimento em volume e margem.
- Vale (VALE3): +0,76%, com otimismo às vésperas da divulgação de seu balanço trimestral.
- Bradesco (BBDC4): -3,88%, após divulgar números que, embora indiquem recuperação, ficaram abaixo das projeções do mercado.
- Santander (SANB11): +2,61%, ainda refletindo a boa recepção ao seu balanço da véspera.
Os dados do Caged, divulgados ontem, mostraram criação de 213 mil vagas formais em setembro, acima das expectativas, reforçando a resiliência do mercado de trabalho e reduzindo as apostas de corte antecipado da Selic
No campo político, o Congresso aprovou mudanças na LDO que flexibilizam as regras fiscais e tornam permanente a isenção de IR para rendas até R$ 5 mil, o que elevou a preocupação com o risco fiscal
Juros – DIs sobem com cautela global e risco fiscal
Os juros futuros avançaram em toda a curva pelo terceiro dia consecutivo. O DI1F35 subiu 0,015 ponto percentual, refletindo o movimento externo e as preocupações fiscais internas.
O aumento de gastos do governo central e a mudança na LDO, que facilita o cumprimento da meta fiscal, elevaram o prêmio de risco.
Para os RPPS, esse ambiente implica pressão negativa na marcação a mercado dos títulos de longo prazo, sobretudo NTN-Bs e prefixados.
Índices de Renda Fixa:
- IMA-B 5+: -0,1477%
- IMA-B: -0,0998%
- IMA-B 5: -0,0389%
- IRF-M: -0,0913%
- IRF-M 1: +0,0373%
Câmbio – Dólar sobe e interrompe sequência de quedas
O dólar comercial fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,38, acompanhando o fortalecimento global da moeda americana e o aumento da aversão ao risco.
O movimento reflete a realocação de capital internacional após o discurso do Fed e os balanços mais fracos das Big Techs, que reduziram o apetite por emergentes.
E Agora? – Fechamento de mês com emprego e liquidez reduzida
Nesta sexta-feira, o foco estará nos dados de emprego e dívida pública no Brasil, além do PMI de Chicago e do GDPNow nos EUA.
A volatilidade deve aumentar com o fim do mês, a redução da liquidez e os ajustes de portfólio.
O mercado avalia a força da economia doméstica frente ao ambiente global mais incerto, enquanto consolida os ganhos históricos de outubro.
Agenda do Dia – Sexta-feira (31/10)
- 08h30: Dívida Líquida/PIB (Set) – Brasil
- 08h30: Dívida Bruta/PIB (Set) – Brasil
- 09h00: Taxa de Desemprego (Set) – Brasil
- 10h45: PMI de Chicago (Out) – EUA
- 12h30: GDPNow do Fed de Atlanta (4º tri) – EUA
- 14h00: Contagem de Sondas Baker Hughes – EUA
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