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Ibovespa vira para queda com Petrobras e exterior vacilante; juros futuros recuam

O mercado brasileiro teve uma terça-feira marcada por volatilidade e incerteza. O Ibovespa chegou a operar em alta durante boa parte do dia, mas virou para queda no fechamento, recuando 0,07%, aos 141.682 pontos. O movimento refletiu a pressão da Petrobras e o humor misto de Wall Street, em um cenário de declarações conflitantes vindas dos Estados Unidos.

O dólar subiu 0,18%, a R$ 5,472, enquanto os juros futuros (DIs) recuaram em toda a curva, acompanhando o tom mais moderado de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e a queda dos rendimentos dos Treasuries.

A sessão foi marcada por um ambiente de cautela, em meio à escassez de dados econômicos nos EUA — devido ao shutdown — e às incertezas fiscais e políticas no Brasil, que seguem pesando sobre o apetite por risco.

 

Cenário Internacional – Powell acalma, Trump reacende tensões

Os mercados globais tiveram uma sessão volátil, alternando entre otimismo e correção. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o banco central reconhece pressões inflacionárias vindas das tarifas comerciais, mas ressaltou sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho. O discurso foi interpretado como dovish, isto é, com viés de afrouxamento monetário, alimentando apostas de corte de juros de 25 pontos-base ainda em outubro.

O alívio, porém, foi freado por novas falas de Donald Trump, que acusou a China de “hostilidade econômica” e cogitou impor tarifas de 100% sobre determinados produtos, reacendendo o temor de uma guerra comercial.

Em Nova York, o resultado foi um fechamento misto:

 

  • Dow Jones: +0,48%
  • S&P 500: -0,16%
  • Nasdaq: -0,76%

Nos mercados de renda fixa, os juros dos Treasuries de 10 anos caíram para 4,02%, e o índice DXY (que mede o dólar frente a outras moedas) recuou para 99,0 pontos.
Entre as commodities, o ouro renovou recordes históricos, enquanto o petróleo Brent caiu 1,1%, a US$ 62,39 o barril, diante de temores de excesso de oferta e desaceleração global.

 

Cenário Doméstico – Petrobras pesa e bancos dividem forças

No Brasil, o Ibovespa encerrou praticamente estável, com queda de 0,07%, aos 141.682 pontos. No mês, o índice acumula -3,11%, mas mantém alta de 17,79% no ano.

A Petrobras (PETR4) caiu 0,69%, acompanhando o recuo do petróleo internacional e as incertezas sobre o licenciamento ambiental na Bacia da Foz do Amazonas, após novas exigências do Ibama.

No setor financeiro, o movimento foi dividido: Bradesco (BBDC4) subiu 1,42% e Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,43%, após revisões positivas de analistas; já Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) recuaram.
Destaque para a Embraer (EMBR3), que decolou 4,89%, impulsionada por novas encomendas internacionais.

Apesar da volatilidade, o mercado de ações mostrou resiliência, sustentado por setores defensivos e pela expectativa de alívio monetário global.

 

Juros – Queda generalizada na curva com tom suave do Fed

Os juros futuros brasileiros (DIs) fecharam o dia em queda ao longo de toda a curva, refletindo o discurso mais brando de Powell e a busca por segurança em títulos de renda fixa.

O DI jan/2027 encerrou a 13,99%, e o DI jan/2029, a 13,36%, sinalizando que o mercado continua precificando estabilidade no curto prazo e alívio gradual no longo prazo.

Para os investidores institucionais, como os RPPS, a queda nas taxas longas beneficia o valor de mercado dos títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs).

 

Câmbio – Dólar avança levemente, em linha com ruídos políticos

O dólar comercial fechou em leve alta de 0,18%, cotado a R$ 5,472, após oscilar ao longo do dia. O movimento foi contrário à tendência global, já que o DXY recuou, mostrando que a moeda brasileira segue vulnerável a ruídos políticos e fiscais domésticos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no Senado que o governo estuda novas medidas de arrecadação — entre elas, a chamada “taxação BBB” (bancos, bets e bilionários) — após o fracasso da MP do IOF.

 

E Agora? – Varejo e Livro Bege no radar

O foco do mercado nesta quarta-feira recai sobre a divulgação das Vendas no Varejo de agosto, que devem indicar desaceleração na atividade doméstica.
Nos Estados Unidos, a atenção se volta ao Livro Bege, publicação do Federal Reserve com percepções regionais sobre a economia, e ao Índice Empire State, que mede a atividade industrial.

No Brasil, o fluxo cambial e novos sinais fiscais devem guiar o humor dos investidores.

 

Agenda do Dia – Quarta-feira (15/10)

  • 09h00: Vendas no Varejo (Ago) – Brasil
  • 09h30: Índice Empire State de Atividade Industrial (Out) – EUA
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro – Brasil
  • 15h00: Livro Bege – EUA

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